Todos os dias milhares de cargas são movimentadas nos portos brasileiros, só no mês de novembro de 2023 este modal transportou 105 milhões de toneladas. No consolidado do ano, o transporte marítimo foi responsável por cerca de 1.186 bilhão de toneladas, alta de 6,34% em comparação com 2022.
Números assim, trazem uma preocupação importante para a segurança do trabalho, mais especificamente nos riscos nas operações portuárias quanto às movimentações de cargas: a interação entre pedestres e veículos pesados.
Nesse contexto, a implementação da hierarquia de risco na formulação de planos de ação para evitar incidentes é imperativa para aliar segurança e eficiência operacional.
O que é hierarquia de riscos? Para que serve?
A hierarquia de riscos em operações portuárias é uma metodologia proativa para gerenciar e prevenir acidentes no ambiente portuário. Ela se baseia na classificação dos riscos em cinco níveis, priorizando a eliminação ou minimização dos perigos antes de recorrer a medidas de proteção individual.
Níveis da Hierarquia de Riscos:
- Eliminação: Eliminar o risco completamente, por exemplo, eliminar o acesso de pedestres a áreas de risco com tráfego intenso de movimentação de cargas pesadas.
- Substituição: Substituir um risco por outro menor. Trocar a carga e descarga manual de contêineres por sistemas automatizados, reduzindo o risco de acidentes musculares e lesões para os operadores.
- Controle de Engenharia: Implementar medidas de controle para reduzir o risco, como instalar sistemas de detecção de pedestres e de colisão nos equipamentos de movimentação.
- Sinalização e Alertas: Alertar os operadores e pedestres sobre os riscos presentes, como por exemplo, sensores e alertas visuais que mostram a distância mínima que devem manter dos equipamentos de movimentação (Safety Zone).
- Equipamentos de Proteção Individual (EPIs): Fornecer EPI ‘s adequados para proteger dos riscos que não podem ser eliminados ou controlados por outros meios.
A hierarquia de riscos pode ser aplicada em todas as etapas das operações portuárias, desde a carga e descarga de navios até o armazenamento e transporte de mercadorias.
Ao implementar essa metodologia de forma eficaz, os portos podem prevenir acidentes, proteger pedestres, operadores e colaboradores, e promover um ambiente de trabalho mais seguro e eficiente.
Principais benefícios da Hierarquia de Riscos:
- Redução significativa do número de acidentes e de seus impactos negativos, como lesões, mortes, danos materiais e custos financeiros.
- Promoção de um ambiente de trabalho mais seguro para todos os envolvidos nas operações portuárias, desde trabalhadores até visitantes.
- Aumento da eficiência operacional ao reduzir interrupções causadas por acidentes e melhorar a produtividade.
Portanto, a hierarquia de riscos é uma ferramenta essencial para garantir a segurança nas operações portuárias. Contudo, a seleção do método de controle de risco deve ser feita por profissionais qualificados e com base em uma análise de risco detalhada. Além disso, a implementação deve ser acompanhada de medidas de treinamento e conscientização para os envolvidos, pois a eliminação completa de um risco nem sempre é possível ou economicamente viável.
Quais são os principais riscos logísticos em Áreas Portuárias?
As áreas portuárias, enquanto importantes setores na cadeia logística global, apresentam certos riscos que podem afetar a eficiência e a segurança das operações. Compreender e mitigar esses riscos é fundamental para garantir o bom funcionamento do porto e a competitividade do setor.
Podemos destacar alguns como exemplo:
- Atrasos e congestionamentos: Influenciados por diversos fatores, como condições climáticas, problemas de infraestrutura, greves e falhas nos sistemas de informação.
- Danos a cargas e equipamentos: Causados por acidentes, manuseio inadequado, condições climáticas adversas e roubos.
- Perdas e avarias: Resultantes de erros humanos, falhas nos processos, roubos e furtos, deterioração natural da carga e condições climáticas.
- Acidentes de trabalho: Provocados por falta de treinamento, equipamentos de proteção inadequados, fadiga dos trabalhadores, condições de trabalho perigosas e falhas nos equipamentos.
- Falta de manutenção em máquinas, equipamentos e acessórios.
Mesmo existindo uma norma regulamentadora que estabelece diretrizes para evitar acidentes e doenças nas instalações portuárias brasileiras (NR 29), exemplos assim mostram que a gestão dos riscos logísticos em áreas portuárias é fundamental para garantir a segurança, a eficiência e a competitividade do setor.
Através da implementação de medidas proativas e do constante monitoramento dos riscos, os portos podem minimizar os impactos negativos e fortalecer sua posição no cenário global.
Quais são os agentes de riscos?
As operações de movimentação de cargas em áreas portuárias envolvem diversos agentes de riscos que podem comprometer a segurança e a eficiência do processo logístico. Compreender esses agentes é fundamental para implementar medidas eficazes de prevenção e mitigação de riscos.
Fatores Humanos:
A principal causa de acidentes, podendo ser resultado de fadiga, falta de treinamento, atenção, comunicação inadequada, negligência ou comportamento imprudente.
Fatores Ambientais:
Vão desde condições climáticas, como ventos fortes, chuva intensa, ou outros eventos climáticos podem dificultar as operações e aumentar o risco de acidentes; até Iluminação inadequada, ruído excessivo e espaço confinado.
Fatores Operacionais:
Neste grupo estão as falhas mecânicas, hidráulicas ou elétricas nos equipamentos de movimentação de carga; a operação inadequada dos equipamentos e exceder a capacidade de carga.
Fatores de Infraestrutura:
Áreas de trabalho com piso irregular, falta de sinalização, obstáculos e outros problemas de infraestrutura podem aumentar o risco de acidentes. Da mesma forma, o tráfego intenso de veículos e pessoas compartilhando o mesmo espaço de trabalho podem dificultar a movimentação das cargas e aumentar o risco de acidentes.
Fatores de Segurança:
A ausência de medidas de segurança adequadas, como planos de emergência, sistemas de proteção contra quedas e dispositivos de segurança nos equipamentos, aumenta o risco de acidentes. O mesmo para treinamentos inadequados e inexistência de cultura organizacional que não prioriza a segurança. Ambas podem levar à negligência dos riscos e aumento da probabilidade de acidentes nas operações portuárias.
Como reduzir os riscos nas operações portuárias?
Com base na hierarquia de risco, um plano de ação robusto é fundamental para garantir a segurança da interação entre pedestres e veículos pesados nos portos.
A identificação e análise dos agentes de riscos nas operações de movimentação de cargas portuárias são fundamentais para a implementação de medidas eficazes de prevenção e mitigação de riscos.
- Identificação de Pontos Críticos: Realize uma análise detalhada das áreas de maior interação entre pedestres e veículos pesados, como pontos de carga e descarga, áreas de circulação e zonas de manobra.
- Implementação de Sinalização Adequada: Sinalizações claras e visíveis são essenciais. Utilize sinais de trânsito, marcações no solo e semáforos para orientar tanto pedestres quanto operadores.
- Treinamento Contínuo: Eduque colaboradores, pedestres e operadores sobre os riscos específicos existentes nos portos, fornecendo treinamentos regulares sobre procedimentos de segurança, comunicação eficaz e boas práticas de prevenção (Diálogos Diários de Segurança – DDS).
- Investimento em Tecnologia: Considere a adoção de tecnologias avançadas, como sistemas de monitoramento por câmeras, sensores de proximidade e alertas automáticos, para aumentar a vigilância e prevenir acidentes.
- Avaliação Periódica: Realize avaliações regulares da eficácia das medidas implementadas. Ajuste o plano de ação conforme necessário, levando em consideração as mudanças nas operações portuárias.
Em um ambiente portuário, a segurança é uma responsabilidade compartilhada por todos os envolvidos. A hierarquia de risco emerge como uma ferramenta crucial para mitigar os riscos associados à interação entre pedestres e veículos pesados.
Ao adotar estratégias personalizadas e investir em tecnologias inovadoras, os portos brasileiros podem transformar suas operações, garantindo um ambiente de trabalho mais seguro e eficiente para todos.
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